domingo, 22 de março de 2009

Depois da entrevista, a volta pra casa

Como nem tudo na vida são flores, claro que a minha volta pra casa depois da entrevista foi quase uma novela, ou melhor um filme de terror, chato e interminável.
Eis que saimos da casa do fotógrafo ás 20:30h. Pensei...vou dormir mais cedo, devo chegar em casa no máximo ás 22:30h. (É eu moro no fim do mundo, á esquerda.)
Pra não ficar andando sozinha fui com a colega da turma até o ponto de ônibus (tá pensando o que? sou pobre né). Conversa vai, conversa vem. Lá vem o ônibus. Por precaução, achei melhor perguntar a alguém se ele passava em Pinheiros, onde eu precisava fazer a primeira parada. NÃO, me responderam, dai eu falei a minha colega, "mas se passar perto da faculdade tá bom já..." Também NÃO passa.... custava avisar antes???
P. da vida desci e fui ver no painel do ponto os ônibus ..... nada mais uma vez .... Liguei pro marido e pedi socorro, mas não dava pra ele ajudar. Que ódio, eu não sabia como chegar em casa, tava com fome, cansada e fiquei num mau humor do cão.
Resolvi pedir informação a uma moça que estava no ponto, ela mal sabia que Pinheiros existia, e pelo menos me mostrou como chegar ao metrô mais próximo. Tá achando que acabou??? Começou agora. Sente o drama.
Estava na estação Barra Funda, fui até a Sé. Desci e embarquei pra a estação Paraiso. Fiz outra baldiação fui a estação Consolação. Andei do metrô até o ponto, cerca de mais 10min. Mais um ônibus até Pinheiros e por fim o que me levava até em casa.
Cheguei em casa ás 23:30h............................. 3 horas pra fazer um percurso que duraria no máximo 2 horas......
Fui dormir enfurecida, estressada, nervosa, p*ta da vida.
Mas aprendi a lição.... na hora de voltar pra casa, faça o mesmo caminho da ida, não inventa moda!!!!

sexta-feira, 13 de março de 2009

A entrevista

São 11h da manhã e na minha caixa de email um alerta me diz que há uma nova mensagem. Entrevista com o fotógrafo URGENTE. Ao abrir a mensagem, meu olhos passam correndo pelo texto e minha mente só lê "ele não pode mais no sabádo, só sexta-feira ás 11h". E agora? Somos 3 e os horários não batem. Os nossos empregos não nos liberam, não fazemos entrevistas recebendo salário, trabalhamos em áreas que não coicidem com a nossa futura profissão. Ai começa o desespero. Dispensamos ele? Tentamos outro horário? E a cada troca de email, surtamos. Várias ligações, chamadas que só caem na caixa postal, agora perdemos de vez o contato.
São 17h, o celular toca, e uma nova mensagem diz "olá, pode ser hoje ás 20h". Novo surto. Como chegar até lá? Será que vai dar tempo? E as perguntas, onde estão? E a máquina fotográfica? Ficou em casa.
Ligamos uma pra outra. Dá pra você ir? E você passa em casa e leva a câmera? Ok, eu estou com as perguntas no caderno....
Chegamos ao nosso ponto de encontro, molhadas como se estivéssimos saindo de uma sauna. Agora vamos a procura do endereço.... anda um pouco, mais um pouco, final da rua? Mas não chegamos no número.... e uma voz diz "descam o escadão, a rua continua depois", nós o fazemos. Agora uma ladeira, tão íngrime que temos que ir na ponta dos pés. Chegamos, número 1564, é aqui.
Retomando o fôlego, tocamos a campainha, o fotógrafo aparece, e feito atletas depois da corrida, tomamos mais um ar.
Um apartamento pequeno, muitos livros, duas estantes cheias deles. Quadros, uma foto do avô. Sofás e poltronas aconchegantes, luz baixa, crianças e gatos. Esse é o cenário da nossa entrevista. Em clima de conversa, ela acontece, levemente descontráida. A cada pergunta sentimos humildade no entrevistado, mas mesmo que tão humilde ele seja, eu sigo como uma criança perdida, que não sabe o que fazer, ou como agir. Presto atenção em cada palavra dita, em cada história contada, não dá pra anotar, preciso olhar nos olhos dele e mostrar que eu o entendo, que quero saber mais e estou interessada.
Algumas fotos depois, finalizamos, nos despedimos como quem se despede de um professor, que ensinou muito em pouco tempo.
Alívio, felicidade, alegria por ter conseguido, mas o sentimento ainda é maior, não é só por ter conseguido é por ter a certeza de que agora eu não estou mais perdida, é isso que eu quero daqui pra frente.